Como a Comunicação Não violenta pode nos ajudar no dia a dia com os nossos filhos.

A Comunicação Não Violenta foi desenvolvida por Marshall Rosemberg e ela se baseia em 4 fundamentos que são:
1 – Observar sem julgar;
2 – Identificar os sentimentos;
3 – Reconhecer e assumir as necessidades por trás destes sentimentos;
4 – Expressar a nossa necessidade (o que observamos, sentimos e necessitamos).
Assim como, precisamos observar o que está acontecendo sem julgamento, a partir desta observação precisamos saber identificar os nossos sentimentos em relação ao fato observado, pra então reconhecermos e assumirmos qual é a nossa real necessidade, e então por fim conseguirmos expressar qual é o nosso desejo, pra conseguirmos expressar o que precisamos, qual é a nossa real necessidade.
Comunicação Não Violenta pro nosso dia a dia

Bem como a Comunicação Não Violenta pro nosso dia a dia com as crianças é fácil perceber como nós temos a facilidade de julgar nossos filhos a partir de seus comportamentos a todo tempo como por exemplo:
“Menino, você é muito desorganizado, olha seus brinquedos, estão todos espalhados!”
“Oh preguiçoso, não faz nada, não é capaz de arrumar nem a sua cama!”
Percebam como julgamos as crianças a partir de seus comportamentos, ao invés de apenas observarmos o comportamento delas.
Se apenas observássemos o comportamento delas trocaríamos as frases acima por:
“Filho, estou vendo que todos os seus brinquedos estão espalhados pelo chão da sala.”
“Filho, vi que sua cama esta bagunçada.”
Perceba que observei o fato sem julgar quem o fez.
Identificação dos nossos sentimentos

Outra questão é a identificação dos nossos sentimentos, de como temos a dificuldade de identificar o que estamos sentindo e de ensinar para as crianças sobre estes sentimentos, já que muitas vezes não queremos ou não permitimos que as crianças sintam raiva, tristeza, ódio, simplesmente porque queremos cala-las, porque não suportamos o choro, o grito, a raiva.
Calamos os sentimentos das crianças, assim como aprendemos a fazer com os nossos próprios sentimentos. Então precisamos aprender a identificar o que sentimos e também ensinar para as crianças que está tudo bem sentir, que todos nós temos sentimento de tristeza, raiva, alegria, etc. E então ensina-las o que fazer com estes sentimentos, como lidar com eles.
Uma outra questão na relação parental é de como temos a mania de jogar a culpa do que estamos sentindo para a criança, como por exemplo:
“Filho, você me deixou muito brava porque você não guardou seus brinquedos.”
“Filho, a mamãe vai ficar muito triste se você não comer tudo.”
Então percebam como estamos jogando a responsabilidade dos nossos sentimentos para a criança, quando na realidade deveríamos assumir o que sentimentos sem culpar o outro por isso. Precisamos nos tornar responsáveis pelo que sentimos para conseguirmos reconhecer qual é a nossa real necessidade por trás deste sentimento.
O que precisamos reconhecer no nosso próprio comportamento
Aproveitando o exemplo acima, esta mãe precisa reconhecer que fica brava porque ela tem a necessidade de que a sua casa fique organizada, o que é bem diferente de culpar alguém pelo meu sentimento de tristeza, já que a necessidade é dela.
A frase deveria ser: “Filho, eu fico brava quando vejo seus brinquedos bagunçados porque eu preciso que a casa fique organizada. “
E a segunda mãe precisa reconhecer que fica triste quando seu filho não come porque ela tem a necessidade que seu filho coma bem, porque isso a faz sentir uma boa mãe, ou uma mãe que consegue atender as demandas básicas do seu filho.
A frase deveria ser: “Filho, eu fico triste quando você não come porque eu preciso que você se alimente bem, porque isso é importante para mim.”
Nesse sentido precisamos assumir o que sentimos e não culpar os outros pelos nossos sentimentos e saber que quando expressamos verdadeiramente as nossas necessidades temos mais chances de ver estas necessidades satisfeitas.
E enfim, precisamos saber pedir o que desejamos, expressando a nossa real necessidade, ou seja, baseada no que observamos sem julgamento, nos sentimentos que identificamos e nas necessidades que reconhecemos ter.

Da mesma forma que pedir é diferente de exigir e que precisamos ter muito cuidado para não cairmos nesta armadilha, de acharmos que estamos fazendo apenas um pedido aos nossos filhos quando na realidade estamos exigindo alguma coisa deles. E como podemos saber se estamos fazendo um pedido ou uma exigência?
Assim como a diferença entre pedir e exigir é que quando estamos exigindo, caso a pessoa não faça o que “pedimos” a ela, nós ficamos chateados por não termos tido o nosso “pedido” realizado, que no caso era uma exigência, e também uma outra forma de saber quando estamos apenas exigindo é quando a pessoa que recebe o “pedido” percebe que ela será culpada ou punida por não cumprir o que lhe foi pedido.
Bem como, no contexto familiar, os pedidos que são realizados através da comunicação positiva e clara, sem autoritarismo e ordem, tem muito mais chances de serem atendidos.
Como posso começar uma comunicação não violenta dentro de casa
Seja como for pessoal, entendam que para começarmos a comunicação não violenta dentro das nossas casas com nossos filhos precisamos começar primeiro conosco, aprendendo a observar sem julgar, ainda assim, sabendo identificar o que sentimos sem culpar as outras pessoas por estes sentimentos, reconhecendo e assumindo qual é a nossa real necessidade e então expressando o nosso desejo e fazendo o nosso pedido baseado no que necessitamos.
Contudo, na dúvida, sempre se pergunte: Qual é a minha necessidade que não está sendo atendida nesta situação? Porque estou me sentindo assim, do que eu estou precisando verdadeiramente?

Por fim, deixo como sugestão o livro Comunicação Não Violenta de Marshall Rosenberg para que vocês possam entender melhor sobre este assunto e sugiro também que comecem a aplicar a CNV no seu dia a dia dentro da sua casa para que consigam perceber na pratica como a Comunicação Não Violenta pode ajuda-los a transformar a sua relação com seu filho!
Até a próxima!

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